segunda-feira, 21 de agosto de 2017

22 DE AGOSTO - LEITURA BÍBLICA ANUAL - JÓ 31 A 32.

Jó 31

1"Fiz acordo com os meus olhos
de não olhar com cobiça
para as moças.
2Pois qual é a porção que o homem
recebe de Deus lá de cima?
Qual a sua herança do Todo-poderoso,
que habita nas alturas?
3Não é ruína para os ímpios,
desgraça para os que fazem o mal?
4Não vê ele os meus caminhos
e não considera
cada um de meus passos?
5"Se me conduzi com falsidade,
ou se meus pés se apressaram
a enganar,
6- Deus me pese em balança justa,
e saberá que não tenho culpa -
7se meus passos
desviaram-se do caminho,
se o meu coração foi conduzido
por meus olhos,
ou se minhas mãos
foram contaminadas,
8que outros comam o que semeei
e que as minhas plantações
sejam arrancadas pelas raízes.
9"Se o meu coração
foi seduzido por mulher,
ou se fiquei à espreita
junto à porta do meu próximo,
10que a minha esposa moa cereal
de outro homem,
e que outros durmam com ela.
11Pois fazê-lo seria vergonhoso,
crime merecedor de julgamento.
12Isso é um fogo que consome
até a Destruição;
teria extirpado a minha colheita.
13"Se neguei justiça
aos meus servos e servas,
quando reclamaram contra mim,
14que farei quando Deus
me confrontar?
Que responderei quando chamado
a prestar contas?
15Aquele que me fez no ventre materno
não os fez também?
Não foi ele que nos formou,
a mim e a eles,
no interior de nossas mães?
16"Se não atendi os desejos do pobre,
ou se fatiguei os olhos da viúva,
17se comi meu pão sozinho,
sem compartilhá-lo com o órfão,
18sendo que desde a minha juventude o criei
como se fosse seu pai,
e desde o nascimento guiei a viúva;
19se vi alguém morrendo
por falta de roupa,
ou um necessitado sem cobertor,
20e o seu coração não me abençoou
porque o aqueci com a lã
de minhas ovelhas,
21se levantei a mão contra o órfão,
ciente da minha influência no tribunal,
22que o meu braço descaia do ombro
e se quebre nas juntas.
23Pois eu tinha medo
que Deus me destruísse,
e, temendo o seu esplendor,
não podia fazer tais coisas.
24"Se pus no ouro a minha confiança
e disse ao ouro puro:
Você é a minha garantia,
25se me regozijei
por ter grande riqueza,
pela fortuna que as minhas mãos
obtiveram,
26se contemplei o sol em seu fulgor
e a lua a mover-se esplêndida,
27e em segredo o meu coração
foi seduzido
e a minha mão lhes ofereceu
beijos de veneração,
28esses também seriam pecados
merecedores de condenação,
pois eu teria sido infiel a Deus,
que está nas alturas.
29"Se a desgraça do meu inimigo
me alegrou,
ou se os problemas que teve
me deram prazer;
30eu, que nunca deixei minha boca pecar,
lançando maldição sobre ele;
31se os que moram em minha casa
nunca tivessem dito:
'Quem não recebeu de Jó
um pedaço de carne?',
32sendo que nenhum estrangeiro
teve que passar a noite na rua,
pois a minha porta
sempre esteve aberta para o viajante;
33se escondi o meu pecado,
como outros fazem,
acobertando no coração
a minha culpa,
34com tanto medo da multidão
e do desprezo dos familiares
que me calei e não saí de casa...
35("Ah, se alguém me ouvisse!
Agora assino a minha defesa.
Que o Todo-poderoso me responda;
que o meu acusador
faça a denúncia por escrito.
36Eu bem que a levaria nos ombros
e a usaria como coroa.
37Eu lhe falaria
sobre todos os meus passos;
como um príncipe
eu me aproximaria dele.)
38"Se a minha terra se queixar de mim
e todos os seus sulcos chorarem,
39se consumi os seus produtos
sem nada pagar,
ou se causei desânimo
aos seus ocupantes,
40que me venham espinhos
em lugar de trigo
e ervas daninhas em lugar de cevada".
Aqui terminam as palavras de Jó.

Jó 32

Eliú

1Então esses três homens pararam de responder a Jó, pois este se julgava justo.
2Mas Eliú, filho de Baraquel, de Buz, da família de Rão, indignou-se muito contra Jó, porque este se justificava diante de Deus.
3Tam­bém se indignou contra os três amigos, pois não encontraram meios de refutar Jó, e mesmo assim o tinham condenado.
4Eliú tinha ficado esperando para falar a Jó porque eles eram mais velhos que ele.
5Mas, quando viu que os três não tinham mais nada a dizer, indignou-se.
6Então Eliú, filho de Baraquel, de Buz, falou:
"Eu sou jovem, vocês têm idade.
Por isso tive receio
e não ousei dizer a vocês o que sei.
7Os que têm idade é que devem falar,
pensava eu,
os anos avançados é que devem
ensinar sabedoria.
8Mas é o espírito dentro do homem
que lhe dá entendimento;
o sopro do Todo-poderoso.
9Não são só os mais velhos, os sábios,
não são só os de idade
que entendem o que é certo.
10"Por isso digo: Escutem-me;
também vou dizer o que sei.
11Enquanto vocês estavam falando,
esperei;
fiquei ouvindo os seus arrazoados;
enquanto vocês estavam
procurando palavras,
12escutei suas palavras com toda atenção.
Mas nenhum de vocês
demonstrou que Jó está errado.
Nenhum de vocês respondeu
aos seus argumentos.
13Não digam: 'Encontramos
a sabedoria;
que Deus o refute, não o homem'.
14Só que não foi contra mim
que Jó dirigiu as suas palavras,
e não vou responder a ele
com os argumentos de vocês.
15"Vejam, eles estão consternados
e não têm mais o que dizer;
as palavras lhes fugiram.
16Devo aguardar,
agora que estão calados
e sem resposta?
17Também vou dar a minha opinião,
também vou dizer o que sei,
18pois não me faltam palavras,
e dentro de mim o espírito
me impulsiona.
19Por dentro estou
como vinho arrolhado,
como odres novos
prestes a romper.
20Tenho que falar; isso me aliviará.
Tenho que abrir os lábios e responder.
21Não serei parcial com ninguém
e a ninguém bajularei,
22porque não sou bom em bajular;
se fosse, o meu Criador
em breve me levaria.
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